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Países que perseguem a Igreja: como vivem os cristãos em Camarões
15/02/2021 15:57 em Igreja

POPULAÇÃO: 25,9 milhões

CRISTÃOS: 15,9 milhões

RELIGIÃO: Cristianismo, islamismo e animismo

GOVERNO: República presidencialista

LÍDER: Paul Biya

POSIÇÃO: 42º na Lista Mundial da Perseguição

Camarões subiu seis posições na Lista Mundial da Perseguição (LMP) 2021, comparado com a LMP 2020. Isso quer dizer que a perseguição aumentou em quase todas as esferas da vida para os seguidores de Jesus. Nessa nação subsaariana, o ambiente é violento para quem busca a paz de Cristo.

A presença do grupo extremista islâmico Boko Haram, no Norte de Camarões, é o motivo de muitos sequestros e mortes. O principal foco deles é a igreja. Como o governo está frequentemente preocupado com outros lugares, é dada uma abertura para o Boko Haram expandir e continuar os ataques que visam os cristãos. Onde tem a presença desses militantes, as atividades da igreja são prejudicadas, restritas ou até impedidas.

Muçulmanos que se decidem por Cristo

Ser muçulmano e se decidir por Cristo é praticamente uma sentença de morte. Em locais de maioria islâmica, houve um processo de radicalização. Cristãos ex-muçulmanos foram ameaçados quando Bíblias ou outras literaturas cristãs foram encontradas em suas casas. Em Camarões não há liberdade para expressar a fé ou a crença cristã.

Muitos cristãos ex-muçulmanos enfrentam problemas com comunidades locais em áreas remotas nas regiões do Norte, onde o governo central não é forte o suficiente para manter a paz e a liberdade religiosa ou para defender essas áreas de ataques de extremistas islâmicos.

Hostilidade contra cristãos

Normalmente, os cristãos camaronenses enfrentam opressão islâmica, paranoia ditatorial, corrupção e crime organizado, hostilidade etno-religiosa e protecionismo denominacional.

Grupos menores radicais dentro do grupo mais amplo de adeptos de uma determinada visão de mundo, costumam planejar ataques violentos.

Além disso, a própria família é uma fonte de perseguição, já que enxerga o novo convertido como uma ameaça ao governo islâmico.

Situação das mulheres cristãs

O Boko Haram frequentemente sequestra mulheres e meninas para usá-las no trabalho forçado. Muitas são obrigadas a se casarem com extremistas. Onde as escolas ainda estão funcionando, alguns pais cristãos mantêm as filhas em casa para a segurança delas.

Quando uma cristã se casa com um muçulmano e, mais tarde se separam, a família do marido muitas vezes se recusa a entregar a criança para a mãe, porque insiste que a criança deve ser criada à maneira muçulmana.

A coversão é como um ato de rebeldia por parte das mulheres e não como uma convicção de valores. Em muitos casos, as famílias muçulmanas isolarão as convertidas ao cristianismo ou as deslocarão para forçá-las a mudar de ideia.

Como os homens cristãos são perseguidos

Normalmente, os homens enfrentam dificuldades para encontrar trabalho e quando encontram, o ambiente com os colegas não é agradável. Quando se opõem à corrupção por parte dos funcionários do governo costumam sofrer pressão. Se não concordam em se envolver com práticas antiéticas por causa das crenças cristãs, são insultados e chamados de covardes.

Na vida comunitária, a perseguição acontece de várias formas, começando pela falta de oportunidades educacionais para meninos cristãos. Boicotes sociais também afetam as famílias cristãs econômica, financeira e psicologicamente.

É comum também que cristãos sejam falsamente acusados, e por isso recebem julgamentos injustos por conta de conflitos com muçulmanos. Para os jovens, há pressão para participar de rituais tradicionais de passagem e outros rituais religiosos não cristãos.

Depoimento de um cristão camaronense

“Os ataques são incessantes. À noite, vamos para as montanhas dormir e, pela manhã, voltamos para a aldeia para trabalhar. É assim que vivemos agora porque nossas casas não são seguras. Às vezes, podemos ver o Boko Haram nos observando das montanhas, possivelmente planejando o próximo ataque. Quando eles atacam, só podemos correr e nos esconder para nossa segurança. Muitos cristãos fugiram da aldeia porque não podemos prever quando será o próximo ataque.”

Fonte: Guiame

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