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“Não é esquerda ou direita que vai transformar o Brasil, mas a Igreja”, diz Damares Alves
22/09/2021 17:39 em Igreja

“Nós temos que falar de vida e de defesa das famílias neste novo momento”, disse a ministra Damares Alves, no evento online, que aconteceu na segunda-feira (20), em Brasília — Jornada em Defesa da Vida e da Família. 

O evento foi organizado pelo pastor e deputado federal, Roberto de Lucena, da Igreja Brasil Para Cristo. “A família transcende os limites da ideologia, da política partidária e da religião. A família é o eixo da sociedade, é a célula máter e o grande projeto de Deus”, iniciou o pastor. 

Também apoiaram o movimento o pastor e psicólogo, Paulo Lutero e o bispo JB Carvalho, presidente da Comunidade das Nações no Brasil e nos EUA.

A ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, que também é advogada e pastora, fez uma reflexão sobre o papel da igreja no Brasil. “A igreja evangélica mudou muitas coisas nesta nação. Mas, muitos querem ser donos das pautas, porém foi a Igreja que sempre promoveu a igualdade racial e a defesa da mulher, por exemplo”, iniciou.

A Igreja precisa continuar avançando

De acordo com Damares, são as pequenas iniciativas e as ações práticas que transformam uma nação. “Nós não podemos esperar que a solução venha do governo ou dos líderes, antes de fazer a nossa parte”, disse.

“A minha crença diz que não é a esquerda ou direita, não é o Judiciário nem o STF que vão mudar esta nação. A minha fé me garante que a transformação do Brasil virá por meio da Igreja”, disse ainda.

“Precisamos redefinir o nosso papel que é ser ‘sal da terra e luz do mundo’, e não ‘sal do céu e luz da Igreja’. Precisamos ser, de fato, o povo que representa Deus lá fora, que discipula os povos, a economia, as artes, a mídia e o governo”, disse JB Carvalho.

“Pela primeira vez, temos tantos ministros que representam os nossos valores, no governo brasileiro, e isso realmente é uma revolução. O Brasil tem sido observado pelo mundo com grande expectativa e existem muitas palavras proféticas sobre a nação”, ele continuou.

“A pauta da mulher tem nos preocupado”

De acordo com a ministra, o Brasil tem a terceira melhor lei de proteção à mulher — Maria da Penha — e mesmo assim é o quinto país que mais mata mulheres. “Essa equação não fecha, nós somos uma nação cristã e tem algo de errado nisso”, apontou referindo-se à violência contra a mulher como um “plano maligno”.

“Quando você atinge uma mulher, você destrói uma família inteira. A gente precisa encarar isso [ataque às mulheres] como um plano diabólico”, alertou e citou que o atual governo já sancionou 18 novas leis em defesa da mulher.

Damares acredita que está faltando um posicionamento mais intencional por parte da liderança cristã. “A igreja precisa se levantar para proteger as mulheres. Precisamos entender o nosso papel nesse novo momento que estamos vivendo”, reforçou.

E fez questão de ressaltar que essa pauta não foi criada no atual século. “No primeiro século, foi Jesus quem restaurou a dignidade da mulher quando a sociedade nem sequer a contava”, reconheceu.

Direitos humanos para todos

“Nesta jornada, nós vamos falar que ninguém no Brasil pode ficar para trás. Direitos humanos é para todos, bem como direito à crença, liberdade religiosa e o direito de celebrar e cultuar a Deus”, disse a ministra. 

Damares citou também o direito às pessoas com deficiência e falou sobre a situação dos idosos. “A violência contra idosos, no Brasil, é de nos envergonhar. Nós temos idosos acorrentados, amarrados e em cativeiros. E os filhos usando o cartão do benefício, nas ruas”, revelou. 

“Uma nação que não respeita seus idosos, é uma nação destinada ao fracasso. E, na pandemia, esse tipo de violência ‘explodiu’ de uma forma absurda”, advertiu.

Violência contra crianças e recém-nascidos

A ministra também lembrou que “nós matamos mais crianças do que países que estão em guerra”, ao se referir à violência contra os inocentes. Porém, apresentou um dado relevante. 

“Em dois anos, o número de crianças mortas por violência, no Brasil, caiu 36%. E já tem pesquisadores tentando entender o que aconteceu e de quem foi a ideia que deu certo. A ideia foi de Jesus, quando disse a Pedro: apascenta os meus cordeiros”, mencionou.

Damares mencionou dados preocupantes sobre estupro de bebês e recém-nascidos. “O bebê mais novo tinha apenas 8 dias. Nós recebemos, todos os dias, denúncias de estupro contra bebês entre 8 e 29 dias de vida”, contou.

Além disso, revelou que um vídeo de estupro de recém nascido pode custar entre 50 e 100 mil reais. “Tem muito dinheiro envolvido, tem mercado para isso. Tem casais gerando bebês para o estupro”, destacou.

Aumenta o número de suicídios entre menores

“Família nunca precisou tanto da Igreja como agora”, disse ao mencionar também que o suicídio já é a segunda causa de morte entre os adolescentes no Brasil. “Nós temos registros de meninos e meninas que estão se matando com apenas 11 anos de idade. Nunca a vida esteve tão banalizada”, lamentou.

“Nada do que a gente faça [como governo] vai mudar a história dessas famílias, somente a igreja pode ajudar. Essa jornada vai nos ajudar muito”, disse a ministra. 

Sobre este assunto, o pastor Paulo Lutero fez uma reflexão: com a pandemia e com tantas pessoas “presas em casa”, ele observa que veio à tona o autoconhecimento. “Ao ficarem trancadas, surgiu um fenômeno muito interessante entre as pessoas — estou sozinho comigo mesmo”, disse.

Logo, as pessoas estão se perguntando “quem eu sou?”, “o que eu sei de mim?”, “que armas eu tenho?”. “Os cristãos tiveram mais facilidade por terem o subsídio espiritual. Nada se assemelha ao Evangelho e à Palavra do Cristo, para dizer ao homem o que ele é”, relacionou Lutero. E por terem a fé e a Cristo, os cristãos podem se desviar de pensamentos como o suicídio.

‘Reconstruindo muros, lutando com bravura’

Damares pediu para que os pastores reflitam também sobre o texto de Neemias 4.14. “Igreja, nós sabemos o que fazer. O nosso presidente está reconstruindo os muros desta nação, então lutem com bravura pelas suas famílias, filhos, irmãos, meninos e meninas. É como se Neemias estivesse intercedendo pela igreja dos dias de hoje”, disse.

“Lutem sem medo do STF, sem medo da imprensa, sem medo da lacração. Nossos primeiros irmãos [da Igreja Primitiva] não tinham medo de leão e eu vejo pastores com medo de ‘pagar mico’ na internet. Lutem com bravura por nossas famílias”, ela pediu.

O pastor e deputado Roberto de Lucena destacou que o movimento “Jornada em Defesa da Vida e da Família” não é uma agenda da Igreja Brasil para Cristo, nem da ministra Damares e nem do governo, mas “é uma  agenda de Deus”. 

“Se a gente ficar insensível ou neutro e não se envolver, estamos dissociados da agenda de Deus. Ele está nos chamando para um momento desafiador. Os dados que a ministra trouxe aqui, são dados que confrontam a Igreja”, lembrou.

“Alguma coisa precisa acontecer, precisamos ter a sensibilidade de Jesus e perceber o que está acontecendo ‘dentro de casa’. Algumas ‘moedas’ estão sendo perdidas”, referiu-se à parábola da dracma perdida e concluiu: “A Igreja precisa ser parte da solução de todos esses problemas”. 

Fonte: Guiame

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